Nonsense: o dicionário Aulete informa que o termo vem do
inglês e significa ação ou palavra sem sentido, sem nexo, às vezes feita ou
dita com intenção humorística. Narrativa ou filme que apresenta várias
situações ilógicas, surreais, absurdas.
O Dadaísmo foi um
movimento cultural no qual propunha um rompimento com os estilos clássico e
tradicional. Utilizava o nonsense em suas manifestações artísticas e
literárias.
Agnosticismo: doutrina filosófica que declara o absoluto inacessível ao espírito humano.
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Costumo pôr nesse balaio semântico aqueles que acreditam em Deus e O querem reduzir a um punhado de adjetivos que, numa chave – que eu chamaria de puxa-saquismo sagrado - colocam aqueles adjetivos no superlativo: boníssimo; sapientíssimo; misericordiosíssimo e por aí vai...
Acredito na existência de um Criador, mas não me atrevo a classificá-Lo e, portanto, defini-Lo. Desta maneira me aproximo do Agnosticismo teísta.
Toda vez que usamos a expressão “Deus é...”, o verbo de ligação é exige um predicativo - uma qualidade atribuída ao sujeito da oração (Deus).
De novo, toda vez que eu digo que Deus é infinitamente justo, estou elevando a suposta justiça da qual aplico – como um ser humano em construção – ao infinito. Deu para entender onde quero chegar?
Se eu me imaginasse “bom” – o que já é em si bastante suspeito – e digo que Deus é bom, estou pegando a minha referência de “bondade” e a elevando ao infinito. Ficou mais claro?
Então, você está dizendo que O Livro dos Espíritos está errado?
A pergunta contém uma armadilha: não estou querendo dizer que o livro todo está errado – como a pergunta sugere, mas que contém algumas partes questionáveis; e não há nenhum problema nisso a não ser para os fanáticos fundamentalistas.
A meu ver, o problema está em falar de Algo ou Alguém fora do alcance de nossa compreensão. Dou um exemplo: enquanto os astrofísicos não tiverem base confiável para afirmar que a matéria escura[1] é isso ou aquilo, preferem eles dizer que não sabem o que é. E ponto.
Uma das explicações para essas classificações dadas a Deus por fiéis de variadas denominações religiosas, inclusive espíritas, vem do antigo temor dos crentes em relação ao castigo divino, caso Deus se zangue por não O adorarem.
Outra explicação vem do velho orgulho humano em querer controlar o incontrolável através da linguagem enquadrando-O em definições pouco confiáveis.
Mas Jesus disse que só Deus é bom, não disse?
Jesus tinha os seus motivos para qualificar Deus de bom. Motivos pelos quais, dificilmente saberei quais eram.
Para mim, não faz sentido falar sobre Deus, assim como os versos de um amigo de meu irmão que gostava de fazer versos dadaístas:
Fui
ao mato cortar lenha,
Cortei
o pé com o machado.
Amarrei
com fita vermelha.
Banana não tem caroço.
Difícil? Quem disse que seria fácil?
[1] Matéria escura:
tudo que observamos diretamente no universo ‒ de átomos, animais e plantas a
planetas, estrelas, galáxias, aglomerados de galáxias, etc. ‒ responde por
apenas 5% da composição dele. Os 95% restantes são divididos assim: energia
escura (aproximadamente 70%) e matéria escura (cerca de 25%). A natureza de
ambas ainda é misteriosa para a ciência.
Fonte: Revista
Ciência Hoje.
Ao leitor mais exigente
digo que é mais conveniente utilizar essa fonte popular de divulgação
científica não sendo o propósito deste espaço discutir grandes e profundos
estudos acadêmicos.
Para o filósofo Gabriel Marcel, Deus é o não verificável.
ResponderExcluirPela razão posso dizer o que Ele não é e, pela lógica, indicar o que Ele é.
Vou me ater ao 'senso' de 1João 4:16:
"Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele".