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Mostrando postagens de fevereiro, 2023

ASSISTENCIALISMO ESPÍRITA

Imagem obtida do site:  https://inss.net/assistencia-social-amparo-social-beneficio-2023 O que há de errado com o assistencialismo espírita apontado por você no texto anterior “Bigornas e Doutrina Espírita ? https://espiritismosec21.blogspot.com/2023/02/caro-leitorleitora-caso-nao-queira-ler.html Antes de responder a essa questão é preciso dizer que o trabalho de assistência feito pelas casas espíritas, no Brasil, resultam em benefício de grande número de pessoas. Portanto, seu valor é indiscutível. Para falar do trabalho assistencial – a mais destacada atividade espírita do Brasil - é preciso vivência com essa prática; muito cuidado para não ferir suscetibilidades; e mais ainda, para não ser leviano. O problema não está no que se faz : nas condições desiguais em que vivemos é preciso amparar, ajudar, confortar uma parcela bem grande de pessoas necessitadas do básico. Não é esse o foco de minha discussão. Destaco que é uma maneira de ver e pensar e não um mandamento, um dogma

BIGORNAS E DOUTRINA ESPÍRITA

Caro leitor/leitora, caso não queira ler essa introdução, pode pular para o primeiro parágrafo depois da divisão do texto feita com o sinal de “mais”. Bigorna: para que serve esse equipamento? Popular e tradicional no mundo das ferramentas, você certamente já ouviu falar sobre a bigorna, não é mesmo? Mas você sabe quais as funções e especificações desse equipamento?   Bigorna: o que é?  Feita em ferro forjado, aço, ou metal similar, a bigorna é um bloco maciço com grande capacidade de resistência.   O equipamento geralmente conta com um topo plano, chamado de face, um lado plano, conhecido como calcanhar, uma ponta, chamada de chifre, além de dois furos, um quadrado e outro redondo. A bigorna na história  Há séculos a bigorna é usada na forja de objetos de metal. A sua versão em pedra já era utilizada durante a pré-história, já a sua versão feita em metal tem seus primeiros registros no Egito antigo.  Antes do século XIX a ferramenta servia popularmente na produção de a

O CAMINHO DO MEIO

  Há muito tempo acompanho o trabalho do antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar Morin – pseudônimo de Edgar Nahoum. É impressionante ver que sua atividade intelectual não parou apesar de seus 100 anos! Seu falar é elegante, tranquilo sem deixar de ser vigoroso e de mexer com a estrutura a que todos nós estamos submetidos: a cultura e os desafios do século XXI. Defensor de uma transdisciplinaridade como forma de transformar o mundo, é didático sem abandonar a discussão sobre a complexidade do ser humano. Quisera eu ter essa capacidade! Em seu livro Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro [1] , Morin utiliza o termo Homo demens para analisar esse “lado” humano em contraposição ao Homo sapiens . Vejamos um pouquinho do que ele diz: Nas criações humanas há sempre uma dupla pilotagem sapiens/demens. Demens inibiu, mas também favoreceu sapiens. Platão já havia observado que Diké, a lei sábia, é filha de Übris, o descomedimento. Tal furor cego destrói as colunas d

O LIVRE-ARBÍTRIO E A REENCARNAÇÃO

  Richard Westall - A Espada de Dâmocles (1812) 21/02/2023 Se você já leu minha hipótese sobre o livre-arbítrio, apresentada anteriormente, vai entender minha suspeita sobre nossa liberdade de agir. https://espiritismosec21.blogspot.com/2023/02/livre-arbitrio-100-de-1-versao-longa.html Para os espíritos pragmáticos essa hipótese é como “mamão com açúcar”, porque tira um peso enorme de responsabilidade sobre seus ombros. Afinal, são 99% culpa alheia e somente um 1% de culpa própria. Aceitando-se a hipótese de termos uma janela muito estreita de liberdade para escolher, é necessário fazer as seguintes perguntas: O que fazemos com essa escassez de liberdade? Qual é a medida de nossa responsabilidade na economia das escolhas? Essa pergunta parece redundante, mas não podemos esquecer que há, sim, um manejo próprio da vontade nas escolhas. Ao contrário do que pensam os pragmáticos, o peso desse 1% na liberdade de escolha é enorme. Explico: O conhecimento dessa escassez tem do

IMANENTE E TRANSCENDENTE

Arte: Tiago Spina Não quero falar sobre definições profundas do que sejam imanente e transcendente. Deixo essa tarefa aos especialistas em descrevê-las e aos leitores interessados em procurar fontes para aprofundamento. Faço, portanto, uma leitura rasa. Há quem queira aproveitar ao máximo as delícias desse mundo numa chave niilista na qual o hedonismo extremo funciona como pauta diária [1] . É um desprezo completo por questões transcendentais. Por outro lado, há quem se projete, o tempo todo, nas questões espirituais desprezando “as coisas deste mundo” numa chave nitidamente alienante do mundo físico, do imanente. Em ambos os grupos há uma busca pelo prazer. Só para dar um exemplo: de um lado temos Sade [2] e sua intenção de tornar a luxúria uma virtude; e de outro, Santa Teresa D´Ávila com seus êxtases místicos [3] . Nossa condição de espíritos encarnados, queiramos ou não, determina um constante e infernal dilema: desprezar o mundo físico ou o seu oposto. Se entendêssemo

MÃOS

  Albrecht Dürer - Mãos que oram "Nascemos com as mãos fechadas e morremos com as mãos abertas" Ditado Iídiche ++++++++++++++++++++++++ Pode ser por causa da minha veia romântica, há muito tempo coleciono fotografias de mãos de pessoas que passaram pelo meu caminho. Umas estão próximas, outras distantes e ainda outras já se foram. Lamento não ter fotografado tantas outras que, em algum momento, impactaram a minha história. Como eu já disse aqui, minha biografia é marcada por uma pintura muito mal elaborada; contudo, pessoas muito especiais deixaram suas marcas na tela de minha existência com tintas de cores vivas e inapagáveis. São dessas pessoas que tento registrar as mãos. Por que as mãos? Porque, normalmente, são elas que tocamos naquele primeiro encontro. Algumas continuam fazendo parte de nossa vida: no preparo do alimento; no afago das horas ruins; nas massagens terapêuticas de carinho e cuidado; na ajuda em todas as variadas situações em que somos colocados; nas situaç