Fui a uma farmácia comprar um medicamento específico. Ao chegar no caixa, vi uma propaganda dessas panaceias* para quem está com problemas no aparelho digestivo. * panaceia : planta, beberagem, simpatia, ou qualquer coisa que se acredite possa remediar vários ou todos os males. Lá dizia: O fígado atacou ? Tome (a tal panaceia) que resolve! Pensei: o sujeito vai a um bar, toma meio litro de cachaça acompanhado de meio quilo de torresmo, passa mal e diz: o meu fígado atacou . Como se o infeliz do fígado tivesse alguma coisa a ver com sua extravagância. A meu ver – me desculpem os amantes de torresmo com cachaça – a frase deveria ser na voz passiva: o fígado foi atacado ? Então tome a tal panaceia . Nesse caso específico, ao mudar de voz ativa para a voz passiva, transfere-se para o verdadeiro agente da desgraça orgânica a responsabilidade pelo fígado reagir à comilança. Lembro-me, há muitos anos, de ter participado de uma disputa de vaga para um carguinho numa empresa d
ESPIRITISMO DEBATIDO
Reflexões em torno do tema "espiritualismo"