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Mostrando postagens de novembro, 2022

A DÚVIDA

Arte: Tiago Spina A dúvida é muito mais criativa que a certeza, mas eu não tenho muita certeza disso. ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ Frase que li num jornalzinho de São João da Boa Vista, há muitos anos. A ironia nela contida me lembrou Emil Cioran [1] : “convictos são aqueles que não aprofundaram em nada”. Costumo dizer aos espíritas que me ouvem: as escolas espíritas pecam em não exercitar a dúvida, mas de distribuir certezas. Não se trata da dúvida via negacionismo – uma forma estúpida de duvidar, mas a dúvida metódica, à la Descartes, própria do exercício filosófico. Para corroborar o meu argumento, digo-lhes – aos espíritas que me ouvem – que é só verificar a estrutura que Kardec deu ao O Livro dos Espíritos [2] : 1019 dúvidas com desenvolvimentos em algumas delas, ou seja, em média as publicações deste livro possuem 400 páginas o que equivale a mais de duas dúvidas por página. O recado está dado. Volto à frase de Cioran: quando nos apro

DEUS, O DIABO E TRANSIÇÃO PLANETÁRIA

  13/11/2022 Conta-se que Henry David Thoreau [1] já muito doente, recebeu a visita de um pastor que lhe ofereceu o viático [2] - espécie de preparo da viagem para o outro mundo. Ao final de sua explanação, o pastor, referindo-se ao mundo espiritual, pergunta-lhe: “você não acha este mundo que descrevi um mundo maravilhoso para aonde todas as almas se dirigem depois da morte? E Thoreau respondeu: “talvez, talvez, porém um mundo de cada vez”. +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ O Diabo é o mais poderoso e o mais importante auxiliar de Deus. Poderoso, porque sua principal ferramenta de trabalho é o medo. Medo que está sempre, sempre e sempre no horizonte do crente que, apesar do mal-estar [3] , comporta-se com obediência e temor e tremor às regras que lhe são impostas por um livro sagrado qualquer, renunciando a sua vontade para a manutenção de sua salvação. Esse medo difuso – que não se sabe onde começa e onde termina, faz dele – o crente – um forte candidato a

PAUSA PARA OUVIR HAENDEL

  GEORG FRIEDRICH HAENDEL (1685-1759) Lascia Ch´io Pianga - Ópera Rinaldo [para ouvir basta clicar na imagem]

AUTOBIOGRAFIA BREVE

O Pensador Escultura de Auguste Rodin (1840-1917) 06/11/2022 Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal? — Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”. Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, questão 919. *********************************************************** A partir do momento em que lemos a provocação feita por Kardec aos espíritos, ela ressoará em nossos ouvidos (quando atentos) até o fim da vida. Kardec, como bom pensador, vai insistir perguntando qual o caminho para o autoconhecimento, na questão seguinte. (quem quiser saber mais, sugiro consultar o citado livro, questão 919a.). O autoconhecimento Obviamente, esse autoconhecimento não é o do Millôr Fernandes: “autoconhecimento se aprende na autoescola”. Não! Trata-se do conhecimento de si mesmo; e um dos caminhos é fazer uma autobiografia honesta. Curriculum vitae versus Curriculum mortis Por que honesta? Porque lembrei-me de Sérgio Besserm

PAUSA PARA OUVIR WAGNER

 Richard Wagner (1813-1883)                                             PARA OUVIR BASTA CLICAR NA IMAGEM

FINADOS - MAIS UM DIA PARA LEMBRAR A FINITUDE

 03/11/2022 O Beijo da Morte Cemitério Poblenou, Barcelona - Espanha [1] A origem do termo “finados” vem do latim “FINIS” que significa “fim”. Verbo finar = findar, morrer. A celebração do Dia de Finados tem origem numa abadia na cidade de Cluny, França. Instaurada por Santo Odilon (962-1049). *********************************************************** Ontem, foi “Dia de Finados”. Para celebrar essa data há costumes para todos os gostos. Um deles, muito estranho para nossa cultura, vem dos Torajans – Indonésia [2] , que mantêm o cadáver dentro de casa e o tratam como se estivesse “doente” e não morto. Outra maneira de lidar com a morte vem da arte tumular com suas esculturas impressionantes, como é o caso do “Beijo da Morte”, em Barcelona, Espanha. É uma obra para se sentar e admirar por um bom tempo, em silêncio. São formas de driblar a realidade que entra pela porta da existência sem pedir licença. Apesar dos argumentos robustos que a doutrina espírita oferece aos seus