CITAÇÕES
Como vedes, não amamos; empregamos a palavra "amor" mas é uma palavra sem conteúdo nem sentido. Usamos a palavra, sem lhe darmos um "referente", sem lhe atribuirmos substância, vivemos meramente da palavra.
Jiddu Krishnamurti
(1895-1986):
(O Despertar da Verdade, Ediouro, Rio de Janeiro, pág. 88.)
AMOR
Amor é palavra latina (de amar, amo), que, segundo um etimologista, é contração de a me o, significando: "saio de mim". Amar é sair de si, ao passo que desamar ou ser egoísta é estar em si. O egoísta vive num circuito fechado, lembra a resistência de um chuveiro ou de um ferro elétrico: esquentam e até estouram, se não forem desligados em tempo. Se conectamos a essa resistência um fio de saída, já não esquentam, nem estouram. O amor é esse fio de saída. É sair de si mesmo, é um doar-se cuja decorrência natural é um estado de suprema felicidade. Mas o amor não busca esse estado; o amor nada busca: basta-se a si mesmo. Reconhece-se o indivíduo amoroso pela sua natural capacidade de viver com o que é. Esta expressão é do psicólogo hindu Krishnamurti: "viver com o que é". A total insegurança do egoísta é que o leva a querer modificar o ambiente em seu próprio favor. Ele não se quer perturbado. Quer-se feliz e seguro, e por isso fecha- se em si mesmo, com as consequências muito conhecidas deste fechar-se: isolamento, solidão, sofrimento, angústia, desespero, precisamente a perturbação intensa que ele procurou evitar ao ensimesmar-se. O altruísta, o amoroso, gosta de si mesmo, gosta dos outros, como ele próprio e os outros são. Não faz comparações, não inveja, não ambiciona, não julga. Vive em plenitude, com muita intensidade.
Ubiratan Rosa
Revista Comunicação –
Psicologia do Comportamento nº 1
Vivei com o que é. Viver com o que é liberta-nos dele.
Jiddu Krishnamurti (1895-1986)
Você acha que o amor pode apresentar movimentos de “retração” e de “expansão”, dependendo dos movimentos da vida?
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