Chimpanzé Jimmy - Foto: Wilton Júnior/AE
Considero uma enorme ousadia falar sobre este tema sem correr
o risco de ser excessivamente superficial.
Começo com duas perguntas:
1)
Haveria
uma relação inescapável entre o que faz um espírito encarnado e sua responsabilidade
nas suas escolhas?
2)
Essas
escolhas trarão consequências nesta como em existências futuras?
À primeira vista, as respostas seriam sim. Este é o consenso.
Entretanto, ao analisarmos as condições a que o espírito se
submete ao encarnar – e estamos falando do planeta Terra – acredito existirem
fatores que podem alterar substancialmente o grau de responsabilidade de suas
ações.
Para analisarmos com equidade essa gradação da
responsabilidade nas ações do espírito encarnado, e para não cair num
relativismo[1]
que tudo desculpa, temos de avaliar os fatores que podem alterar o grau de sua
responsabilidade.
Tentarei investigar os fatores que influenciam na decisão do
espírito encarnado, sem a pretensão de esgotá-los, porque os abordarei de forma
superficial.
Com o que tenho em mente, posso arriscar afirmando que, muitas
vezes, erramos em nossas avaliações sobre a “justiça divina”.
Conforme relatos dos espíritos, a sensação que o espírito tem
ao encarnar é de aprisionamento, de constrição, de redução de consciência, como
se estivesse entrando num funil. Esse funil deveria inverter sua posição
onde sua parte mais estreita seria próximo do nascimento e seu alargamento
máximo aproximando-se da morte. Vale lembrar um ditado judaico que diz: o
homem nasce com as mãos fechadas, e morre com as mãos abertas.
Na prática, não é assim que funciona por ene motivos. Agora,
vamos à lista de fatores que considero relevantes no uso do livre-arbítrio:
FATOR 1 = SÓCIO-ECONÔMICO
FATOR 2 = ORGÂNICO-EMOCIONAL
FATOR 3 = REGIME POLÍTICO
FATOR 4 = EDUCAÇÃO
FATOR 5 = AMBIENTE FAMILIAR
FATOR 6 = DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO
FATOR 7 = NATUREZA HUMANA
FATOR 8 = IDEOLOGIAS
FATOR 9 = BIOLÓGICO
FATOR 10 – GENÉTICO
FATOR 11 = NEURAL
FATOR 12 = REDES SOCIAIS
FATOR 13 = ASSÉDIO ESPIRITUAL
FATOR 14 –TEMPO
Neste passo, alguém me pergunta:
Afinal, com a soma de todos esses fatores, o que sobra?
Numa visão otimista, 1% de nossas escolhas e decisões serão
colocadas sob nossa exclusiva responsabilidade.
E o que fazer?
Aproveitar 100% desse 1%.
E como ficam as expiações de vidas passadas tão faladas em
romances e livros doutrinários que impõem uma responsabilidade integral às
nossas ações?
Excelente pergunta! Isso é o que veremos quando discutirmos a
reencarnação sob uma ótica um pouco mais ampliada.
Poxa, sinto como se fosse um coito interrompido!
Calma, prometo que na próxima postagem fecharei o meu
argumento.
Difícil? Quem disse que seria fácil?
[1] Relativismo é um conceito no qual os pontos de vista não possuem um valor absoluto, uma verdade absoluta. Era muito usado por uma classe de pensadores na Antiga Grécia chamados sofistas. Vale salientar que os sofistas trouxeram grande contribuição aos debates naquela época longínqua. Uso o termo numa linguagem comum na qual o relativista tem desculpa para tudo.
Um jogo de futebol dura em média noventa minutos, todavia um gol leva alguns segundos - do chute certeiro à rede.
ResponderExcluirUm atleta pode competir durante horas, porém a diferença da classificação se dá, às vezes, por questão de centésimos de segundo.
Uma gestação perdura cerca de nove meses, contudo o nascimento acontece em poucos minutos.
Uma especialização acadêmica tem a duração mínima de uns dois anos, entretanto a defesa oral não passa de uma hora.
Ou seja, precisamos de muito preparo para o grande momento decisivo!!
Quando presenciamos uma cena artística épica a perceção do tempo é breve, mas o quanto foi empenhado nos exaustivos treinos mal mensuramos.
Com esses simples exemplos de livre arbítrio vale saborear a conquista que alcançamos de poder aproveitar o instante presente, conscientes de cada pensamento, intenção e ação.
Viva o 100% de 1% no fluxo do tempo!